Procissão da Capoeira
“No Quilombo dos palmares, também tem
tradição, todo 20 de Novembro é aquela procissão,
quem não veio em Alagoas é preciso conhecer, um lugar que tem mandinga e festa
pra preto ver, a expressão da negritude, celebrando os ancestrais, são bento
grande são bento pequeno, angola e regional, o atabaque vai marcando ao som de
um berimbau” – ( Denis Angola )
Todo o ano é assim, é
só começar o mês de Novembro que somos “visibilizados” e a impressão que dá é
que estamos o ano inteiro sumidos, neste sentido perceber que a capoeira é uma manifestação
boa para apresentar em seminários, palestras, fazer abertura de eventos,
perceber que somos uma cultura negra resistente esta agregado ainda a um único mês,
esquecendo que estamos o ano inteiro, inventando e reinventando a tradição da
cultura da capoeira nas periferias, nas rodas, na vivencia corporal e musical.
Parafraseando meu
amigo, Paulo Magalhães, “A tradição é um
repertório cultural que é reinventado ao ser encenado no aqui e gora.” E é no
aqui e agora que vivemos o ano todo formulando e reformulando nossa cultura da
capoeira alagoana, nas periferias, nas vielas, nas academias, ruas, grotas e
morros, na descoberta de nossa negritude e em nossa auto afirmação enquanto ser
com identidade, pensamentos e sentimentos.
Não somos apenas 30
dias de comemorações, não somos só tocador de berimbau, pois somos nós quem
estamos re-significando a luta diária do povo negro
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